O teu olhar...
É bem assim tão meigo
Que nos faz querer para e ficar
Porque é impossível parar de te olhar
Porque teu olhar é porto de paz e alento
É abrigo terno em inverno e forte vento
É apaixonante e sensível,
É puro e indescritível!
É tudo que podemos procurar
Um lugar seguro e belo para aportar!
É esse teu olhar...
Que nos rouba de dentro de nós
E que faz confessar em alta voz
O que diz o coração...
O que tenta esconder a alma...
É esse teu olhar que nos torna
mais passíveis a pensar em ti
e a imaginar um forma para conseguir
É seu teu olhar...
Que passa e ilumina
Que de bons sentimentos irradia
Que faz o brilho do sol invejar-te!
É esse teu olhar que me fez reacreditar,
que ainda existe alguém que queira partilhar
alguém capaz de compreender e amar!
E é por tudo isso que consegues me inspirar...
É esse teu olhar!
Meu medo não é perder
E sim ti perder!
Não é pular sem olhar a distância
Mas à distância que ficarei de ti
Não é ter apenas uma palavra
Mas sim não poder ti dizer nada
Não é olhar para o céu e não ver estrelas
Mas olhar ao meu redor e não vê-la
Olhar para todos os cantos te procurando
E não te ti ter
Porque não passo mais todos os dias contigo
E o dia que não te via parecia não passar
Enquanto eu contava as horas para ele findar
E o meu medo passou a ser
Os desencontros nos afastarem...
Os nossos caminhos desencontrarem...
Mas o medo maior,
É que todas as impossibilidades
Consigam apagar da nossa memória;
Tudo que de melhor juntas conseguimos gravar
Momentos de rir, brigar, e sonhar;
De tristezas, alegrias, raivas, calar ou falar!
Momentos, eventos...
Começo, meio e tempos de cá e de lá.
A vida seguindo e indo;
Nada para, nada volta!
E os medos nada além do que possamos superar!
Porque sei que tudo que ficou, nada apagará!
Acordei com uma sensação terrível
Era como se tivessem roubado toda minha energia e fôlego
Só restava em mim a fraqueza de um corpo sem alma
Roubaram-me a vitalidade?
Beberam todo o meu sangue?
Pois se não o fizeram sentia-me como se tivessem feito.
Meus movimentos pareciam-me involuntários
Já não conseguia sentir o fazia,
Restavam-me o gelo de pés e mãos
E a falta de um coração;
Pois não sentia as batidas, acho que parou,
E a minha respiração fraca,
Ainda deixava que eu escrevesse minhas ultimas palavras...
Se são teus olhos, ou teus cabelos, se é teu perfume ou teu tempero
O que te faz tão cativante?
E se não te tenho tudo parece desimportante;
Cores já não vejo, sons já não escuto;
Desde que te perdi tudo parece incolor e mudo!
Vejo o relógio os ponteiros se movem
Mas a hora não passa
Porque sem você tudo parece sem graça
Meu motivo, que motivo?
Sem você parece que nada mais tem sentido
Continuo correndo para longe,
Mas meus pés nem parecem se mover
Onde está, ou andará você?
Queria, tudo que eu queria era estar ao teu lado!
Pois neste mundo ando perdido,
Não encontro paz, nem abrigo;
Sou como uma fagulha em meio à tempestade
Tudo acontece, mas nada me aquieta;
Tudo me rodeia, mas nada permanece;
Sinto-me sem chão...
Um mero coração batendo sem esperança;
E um dia ele se cansa,
E acho que cansou, ta tão apertado e doído;
Que quer parar, para fazer-me um favor;
Livrar-me desta vida que já me bastou!
Leve, pois meu fôlego,
Como sinto que desde que partiste levou;
Leva-me contigo para além desta vida medíocre,
E salobra, que só bebi veneno e tristeza.
Quero ir além desse lugar, provar de bons sentimentos,
Que aqui não pude encontrar!
Meu ar me falta, já não posso respirar!
Sinto meus pés atados a esta realidade que me prende
E mata paulatinamente!
A beleza da alma transparece ao rosto que a tem,
E o que me resta se não te esquecer...?
